No Brasil a prática ortomolecular já completou 25 anos, mas o conceito de nasceu muito antes. Em 1968, o químico norte-americano, ganhador do Prêmio Nobel por duas vezes, Linus Pauling criou a técnica, baseada na Terapia de Radicais Livres e Envelhecimento, proposta por Denham Harman, pesquisador norte-americano, em 1956.
De lá para cá, muitos estudos mostraram os benefícios do tratamento ortomolecular. A International Society for Free Radical Research promove uma série de simpósios em todo o mundo a respeito do tema e tem milhares de cientistas associados.
Doenças respiratórias: bronquite, rinite, asma
Nessas situações crônicas, o corpo é bombardeado pelos radicais livres, pois o próprio organismo começa a produzi-los em excesso para combater a infecção respiratória. Mas só uma pequena parte desses radicais é usada no combate à doença. O antioxidante é usado, nesse caso, para neutralizar a ação dos radicais livres excedentes. As pesquisas apontam que, a longo prazo, a terapia ortomolecular ajudaria a aumentar a imunidade do corpo, amenizando futuras crises respiratórias.
Diabetes
Juntamente com o endocrinologista, que faz o tratamento do diabetes, o médico ortomolecular pode auxiliar os pacientes diabéticos a manterem a doença sob controle, em muitos casos, até mesmo dispensando o uso diário de insulina e de medicamentos. O tratamento ortomolecular protege e impede a glicação das proteínas. Essa reação reduz a função de enzimas e pode ser a responsável por complicações do diabetes, como a cegueira e a falta de circulação nas extremidades, como nos dedos e nos pés. O uso de antioxidantes ajudaria a combater os radicais livres, que são muito comuns no organismo do diabético devido à oscilação dos níveis de glicose. A terapia propõe o combate aos radicais por meio de dois caminhos: uma espécie de limpeza do organismo para eliminar os metais tóxicos, como chumbo e alumínio, quando necessário, e a reposição de antioxidantes, como vitaminas, sais minerais e aminoácidos. Esses nutrientes podem ser repostos apenas com a mudança na alimentação do paciente, mas dependendo das necessidades de cada pessoa, é preciso que ela ingira uma quantidade maior de antioxidantes para proteger seu organismo.
Mal de Alzheimer e Parkinson
Uma das hipóteses para o aparecimento dessas doenças degenerativas do sistema nervoso central é a de que a amina - toxina produzida pelas carnes vermelhas e brancas - quando expostas a altos graus de temperaturas, tem um poder degenerativo sobre o cérebro, ocasionando esses males. Muitas hipóteses para a origem destas doenças ainda estão sendo levantadas. Para quem já manifestou as doenças, os antioxidantes não vão curar estes males. Nesses casos, a terapia ortomolecular teria o poder de agir preventivamente. Como essas doenças têm ligação com o aumento de radicais livres, que oxidam as estruturas celulares, o tratamento proporcionaria uma proteção extra ao organismo.
Dr. Eduardo Gomes é médico geriatra e ortomolecular. Dirige a rede de Clínicas Anna Aslan.
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